quinta-feira, 10 de março de 2016

Chegou a hora de acertar as contas com o Leão em 2016 - Por Rogério Nakata



Neste ano o limite para entrega da Declaração de Ajuste Anual será até 29 de Abril as 23h59m59s pois, dia 30 é um Sábado e por essa razão o contribuinte deve ficar ainda mais atento para não perder o prazo e para isso é necessário se organizar o quanto antes já que este não tem se prorrogado faz algum tempo pela Receita Federal. Em caso de perda do prazo a multa é de 1% ao mês de atraso, calculado sobre o valor devido na declaração e limitada a 20%. A multa mínima é de R$165,74 para quem se enquadra na obrigação de declarar o Imposto em 2016. A receita espera receber mais de 28,5 milhões de declarações neste ano.

Para começar é importante organizar a papelada separando em pastas as despesas que são dedutíveis do IR, como gastos com educação, saúde, despesas com dependentes, contribuições previdenciárias, doações às entidades e pessoas físicas, pagamentos de pensão alimentícia, livro-caixa, etc.

Separe o backup da Declaração do ano anterior, recibos e notas fiscais para que não precise arrancar os cabelos faltando alguns minutos para enviar sua declaração. Tudo isso porque como as despesas são mensais imagine a quantidade de papéis que terá que procurar ou pedir as instituições financeiras se deixar tudo para a última hora.

Dentre outros documentos importantes estão os recibos de pagamentos do carnê-leão, mas também os informes de rendimentos enviados pelos empregadores, de outras fontes pagadoras, Previdência Social, demonstrativos de programas da Secretária da Fazenda como o Programa Nota Fiscal Paulista e de bancos e corretoras que, caso, não os receba até final de fevereiro você deverá entrar em contato com as instituições e solicitar o envio dos mesmos. Tenha em mãos também as informações relacionadas a seus investimentos realizados tanto em Renda Fixa como Caderneta de Poupança, CDBs, Títulos Públicos, Letras de Crédito Imobiliário e Agrícola, Debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários, etc. e em Renda Variável separe as Notas de Corretagem de Operações com ações, derivativos, fundos imobiliários, etc. para que possam ser inseridos não só em Rendimentos Isentos e Não Tributáveis como é o caso do rendimento da Poupança, mas em Rendimentos Sujeitos a Tributação Exclusiva como o caso dos recebimentos de Juros sobre Capital Próprio de ações, pois estes farão parte também do campo Bens e Direitos na Declaração de Ajuste Anual de 2016 ano base 2015.

Para esse ano as Pessoas Físicas que receberam acima de R$28.123,91 no ano de 2015, ou seja, receita mensal superior a R$ 2.343,66 são obrigadas a fazer a declaração do Imposto de Renda 2016. Não somente quem obteve essa receita tem que declarar ao fisco mas também se possuírem bens ou direitos com valor total superior a R$ 300 mil além daqueles que realizaram operações em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros. Para aqueles que obtiveram ganho de capital na venda de bens ou direitos em 2015 ou fizeram, em caso de alienação do imóvel, utilização do prazo de 180 dias para a aquisição de novo imóvel residencial e que possuíram rendimentos isentos superiores a R$ 40 mil também terão que fazer sua Declaração de Ajuste Anual.

Baixe os programas de Declaração de Ajuste Anual e de Transmissão da Declaração Preenchida pela internet para evitar “congestionamentos” de downloads daqueles que não se planejaram e deixaram para fazê-lo aos 45 minutos do segundo tempo.
Procure se familiarizar com o programa e faça sua Declaração aos poucos fazendo comparações entre o Regime Simplificado e Completo sendo que se surgirem dúvidas ao longo do processo de preenchimento poderá ainda recorrer a um contador ou a própria Receita Federal através de seus canais de atendimento ao público. Jamais invente despesas que não existem e que não possa comprovar. Isso vale também para dependentes que não auxilie diretamente financeiramente, também jamais oculte receitas suas, de dependentes e de outras fontes pagadoras, pois, com o cruzamento de dados através de seu CPF e por meio de um superprograma de compilação de dados da Receita Federal fica impossível burlar o sistema, ou seja, evite cair na temida malha fina do Leão que a cada ano se torna mais voraz até pela baixa arrecadação ocorrida em função do fraco crescimento econômico do país. Se você fizer o dever de casa antes de todos e for um dos primeiros a enviar sua declaração poderá, em caso de restituição, recebê-la num dos primeiros lotes da Receita que será distribuído a partir de 15 de Junho.

Para o preenchimento da declaração a Receita criou um Rascunho do IR 2016 que tem como objetivo facilitar o preenchimento antes do período de entrega do documento de Ajuste Anual. O aplicativo está disponível online e pode ser acessado através de computadores, tablets e smartphones que possuam os sistemas operacionais Android e iOS. Para acessar a plataforma o contribuinte necessita somente digitar seu CPF mais um código de segurança.


Nesse rascunho o contribuinte pode informar seus rendimentos recebidos, quem são seus dependentes, bens adquiridos e vendidos em 2015 e pagamentos realizados sendo que é possível, com este sistema, realizar a migração dos dados para a Declaração definitiva.


Reprodução do aplicativo que permite fazer um rascunho da declaração. (Foto: Reprodução/Receita)

Dentre as novidades para este ano está a obrigação do contribuinte informar o CPF dos dependentes e alimentados com 14 anos ou mais sendo que em 2015 essa informação era necessária apenas a partir dos 16 anos. Tudo isso para evitar que esse (s) dependente (s) apareça (m) em outras declarações dos “responsáveis” pelos mesmos.

No caso de profissionais da área de saúde, odontologia e advocacia estes também estão obrigados a informar o CPF e os valores recebidos de cada paciente para os quais prestaram serviços.
Portanto Não Procrastine, ou seja, não deixe para amanhã aquilo que você pode começar a fazer ainda hoje com calma e com todos os detalhes necessários para que possa averiguar se houve ou não um acréscimo em seu patrimônio financeiro pessoal servindo de reflexão para o ano que apenas se inicia.

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Adeus Ano Velho - Por Rogério Nakata



Poucos serão aqueles que sentirão falta do ano de 2015. Um ano repleto de desafios, de baixo crescimento econômico, recessão, aumento no desemprego e nos índices de inflação. Diante da sombra de um impeachment, perda do grau de investimento e de uma crise de credibilidade, o que esperar de 2016?
Muito provavelmente será muito semelhante a 2015 pois, com a crise política instalada e sem a previsão de término a curtíssimo prazo desse embrolho gera-se também uma crise de confiança no mercado tanto para quem investe na economia real, sejam estes investidores nacionais ou internacionais, como para os consumidores que ficam receosos em gastar seu dinheiro já que o risco de perder seus empregos é iminente. Com a expectativa de mais aumento na taxa de juros pelo Banco Central para conter a inflação viveremos um dilema que é de dar uma dose maior de remédio (aumento da Selic) que o doente (Brasil) consegue suportar.   Aumento de juros significa menos investimentos e dinheiro disponível no mercado tornando o crédito mais escasso diminuindo as vendas e por consequência a produção de bens e serviços colocando em risco os empregos. Apesar de todo o esforço do BACEN em controlar a inflação, mesmo aumentando a taxa de juros, o índice chega em 2015 a dois dígitos, ou seja, 10,5% ao ano. Isso é o que tecnicamente chamamos de Dominância Fiscal que é a incapacidade da política monetária em influenciar a política pública.
Diante disso, devemos nos planejar financeiramente ainda mais para tempos difíceis revendo nosso padrão de vida e realizando os ajustes necessários para que possamos enfrentar a turbulência que não deverá ser desconsiderada principalmente se até agora você viveu de forma desregrada e sem qualquer planejamento financeiro. Para o próximo ano investir em Educação Financeira pode ser o melhor investimento que possa realizar para seu aculturamento financeiro pessoal.
Para auxiliá-lo preparei algumas dicas que poderão ser úteis para que não caia nas armadilhas no fim do ano e possa se planejar para um 2016 “mais tranquilo”:
- Primeiramente se você tem dívidas, pague-as, pois, nenhuma aplicação financeira que faça será capaz de superar os juros cobrados no cheque especial, no cartão de credito ou no empréstimo pessoal;
- Ao adquirir algo, pergunte-se: Será que eu realmente preciso disso ou tenho outras prioridades para esse início de ano?
- Na hora de comprar utilize a regra do QUE-PRE-ME-PO-DE: Eu QUEro? Eu PREciso? Eu MEreço? Eu POsso? Eu DEvo? Se uma dessas respostas for negativa a essas 5 perguntinhas acima, repense sua opção de compra;
- Fuja do efeito manada pois é melhor dar um passo para a direção certa do que sair correndo para o lado errado só porque todos estão seguindo o mesmo sentido, ou seja, pense “fora da caixinha”;
- Pesquise os preços antes de sair de casa, saiba quanto custa aquilo que você quer, seja fiel a seu objetivo e para isso a Internet e os panfletos promocionais podem ser seu grande aliado na busca de bons descontos;
- Lembre-se que seu decimo-terceiro deveria ser utilizado primeiramente para seus investimentos em seus Projetos de Vida, depois para presentear e por ultimo pagar as contas, mas se você se descontrolou não tem jeito agora é hora de quitar os compromissos assumidos e não fazer mais dívidas para o próximo ano;
- Peça desconto nas compras à vista pois quem tem dinheiro na mão tem maior poder de barganha;
- Evite “limpar” o nome para sujá-lo logo depois, pois, segundo pesquisas recentes realizadas pela Boa Vista Serviços S/A, administradora do SCPC, mostra que metade das pessoas que são excluídas dos Cadastros de Proteção ao Crédito retorna à base de dados em até um ano;
- Antes de fazer as costumeiras promessas de fim de ano seria importante também refletir se será realmente capaz de cumpri-las dedicando algumas horas a seu Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar e colocando as contas na ponta do lápis para evitar os desperdícios comuns do fim de ano;
- Para aqueles que não têm dívidas não se empolgue demais só porque possui uma boa quantidade de dinheiro em sua conta bancária, aproveite os juros altos e invista colocando seu dinheiro para trabalhar por você e para você;
- E por último espere mais um pouco, pois todo o início de ano existem as liquidações para a reposição do estoque antigo e inserção de uma nova linha de produtos.
Como mensagem gostaria de ressaltar que ninguém planeja fracassar mas fracassa por não se planejar, portanto desejo a todos que neste fim de ano façam compras mais inteligentes, investimentos mais prósperos e que tenham saúde abundante em 2016. Que possa dedicar um tempo para planejar seu futuro financeiro e as consequências de não o fazer pois, como diz um velho ditado é sempre bom parar para afiar o machado e quem somente trabalha (e não faz planejamento) não tem tempo para ganhar dinheiro.


Feliz 2016 e xô 2015!

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br) 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Adivinha quem vai pagar o pato? * Por Rogério Nakata




Quando sou convidado como planejador financeiro certificado para auxiliar uma família com problemas de endividamento e em alguns casos de superendividamento o primeiro passo para regularizar a situação é colocarmos todas as receitas e despesas na ponta do lápis de forma que consigamos enxergar a situação atual e com isso propormos meios de redução, enxugamentos e corte nos gastos, porém não é bem isso que vemos atualmente na administração pública. Depois de revisarem para ainda mais para baixo o superávit primário que é a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública e depois da tentativa de emplacar a enfadonha CPMF (Contribuição “Provisória” Sobre Movimentação Financeira) que de provisória na época não tinha nada (1997 a 2007) e que cujo destino, a Saúde pouco viu e contribuiu para diminuir as malesas pelas quais o Sistema Único de Saúde passou e continua passando estamos novamente diante de mais aumento de impostos e anote, eles virão, fazendo com que ultrapassemos com folga os 155 dias do ano que precisamos trabalhar para pagá-los. Enquanto as famílias tentam de maneira desesperada reduzir seus próprios custos pela dor e não pelo amor (duas formas de o ser humano aprender qualquer coisa nessa vida) fazendo ajustes em seu Orçamento Pessoal e Familiar o governo deixa de fazer seu dever de casa e anuncia um déficit teórico de R$30,5 bilhões nas contas para o próximo ano e consequentemente jogando a bola para o Congresso resolver a situação.
  Fazendo um paralelo com uma família endividada se o cinto aperta gastos com TV por assinatura, telefonia fixa e celular, alimentação fora de casa, presente dado aos outros e viagens a passeio são reduzidos e até cortados do orçamento doméstico. Em alguns casos, o corte na carne é tão profundo que muitas famílias deixam de vez de comer fora, transferem seus filhos de uma escola particular para outra ou até optam por transferi-los para o ensino público, que cai entre nós, não é muito o modelo de Pátria Educadora que os pais esperam para a formação do futuro da nação. Pessoas estão vendendo suas casas e demais bens para pagarem dívidas, enquanto isso, continuamos com 39 ministérios que engrossam ainda mais o déficit nas contas públicas de cerca de R$2,8 trilhões em gastos em 2015 sem trazer resultados efetivos para a população que aguarda ansiosamente que os recursos pagos em impostos sejam melhor aplicados e que reflitam em áreas tão sensíveis como Educação, Saúde e Segurança. 
Segundo o site www.contasabertas.com.br somente a Presidência da República (PR) possui quase 7 mil cargos, funções de confiança e gratificações que representa 40% dos 18 mil funcionários que compõem a Pasta. Os cargos de confiança que fazem parte da própria administração da Presidência correspondem a 3.770 cargos sendo que os demais 1.653 funcionários de confiança estão locados na AGU (Advocacia Geral da União) que possui 9.100 servidores representando quase que 50% do contingente total da PR. A Associação Contas Abertas ainda demonstra que a intenção por trás de tantos cargos é de dar maior visibilidade e prestígio a algumas áreas criando atratividade política fazendo com que a Presidência da República e os seus gastos crescessem significativamente nos últimos anos. Quer mais? Somente com diárias pagas a funcionários públicos pela União, somando os três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário representam gastos na ordem de mais de meio bilhão de reais ou mais precisamente R$553 milhões que já foram reduzidos, mas que ainda saltam aos olhos do contribuinte brasileiro. 
Uma comparação interessante feita pela mesma Associação mostra também que com essa dinheirama toda gasta com servidores em viagens a trabalho seria possível viver 216 anos na suíte mais luxuosa e cara, na cobertura do sexto andar do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro chamada de “penthouse” com 300 metros quadrados privativos cuja diária é de aproximadamente 7 mil reais por dia incluindo “mimos” como serviços de mordomo.
Bem, primeiramente todos devemos ter ciência de que sem impostos nenhum país sobrevive pois mesmo com a nossa capacidade de imprimir dinheiro para diminuir o nosso déficit isso seria catastrófico pois aumentaria ainda mais a inflação que já está quase a 10% esse ano e seria impossível dar o mínimo de infraestrutura à uma nação sem os recolhimentos dos mesmos. O problema é que a gestão dos recursos e o desvio de verbas destroem a esperança das famílias em viverem num país mais justo e menos desigual pois tudo aquilo que poderia ser “gratuito” como boas escolas públicas, boa saúde e segurança de qualidade precisam ser desembolsados novamente pela população que busca na iniciativa privada um socorro por algo que pela Constituição deveria ser fornecida pelo Estado.
Portanto, é difícil dizer para uma pessoa economizar se você não economiza, é difícil dizer para a população reduzir o consumo de água se todos os dias aparecem mais uma Lava Jato da vida, ou seja, é preciso assumir os erros e não possíveis erros para que possamos como num atendimento à uma família ou a um casal deixar um pouco as emoções de lado e trabalhar as questões racionais e orçamentárias que farão diferença no seu futuro e no de sua família. Não é discutirmos quem está certo ou quem está errado, mas o que é certo e o que é errado é o que importa, principalmente num momento de crise ainda mais quando ela é financeira.
No final quem vai pagar o pato? Essa expressão tem a ver com a uma brincadeira de origem portuguesa onde um pato era amarrado a uma árvore e um participante, a cavalo, deveria cortar as cordas que prendiam o animal com apenas um único golpe de machado e quem perdia pagava o pato e oferecia ao vencedor, ou seja, acredito que seja mais ou menos esse o sentimento de milhares de brasileiros que se sentem como tolos por pagarem por aquilo que não devem ou pior por aquilo que não recebem de volta. 
Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015
















FGC – O que é e para que serve?* - Por Mauro Calil











Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, de 31/08/95, o CMN (Conselho Monetário Nacional) autorizou a “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras”. Foi assim que surgiu o FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

A mesma resolução determinou, no parágrafo primeiro de seu primeiro artigo, que “as instituições financeiras que recebessem depósitos à vista, à prazo e em contas de poupança, bem como as associações de poupança e empréstimo, se tornariam associadas da entidade e dela participariam como contribuintes.”

Assim sendo, todas as instituições financeiras que oferecem aplicações financeiras como caderneta de poupança, CDB, RDB, LCI, LCA, LC, LH, entre outros, são obrigadas a participar e contribuir com o fundo de reserva do FGC.

Hoje os ativos da instituição estão na ordem de 40 bilhões de reais. Todo esse dinheiro, devidamente aplicado de forma segura, é destinado a garantir o depósito e a estabilidade do sistema financeiro, formando uma rede de proteção ao próprio sistema e aos investidores, de forma sólida e saudável.
Quem teve que acessar essa rede de proteção pôde constatar a agilidade do processo de ressarcimento. Com toda a documentação do investidor em ordem junto à instituição, o dinheiro pode ser ressarcido em até 90 dias. Nada mal para casos de quebra de uma instituição financeira.
O patrimônio do FGC aumenta dia a dia por conta das contribuições obrigatórias. Isso permite ao investidor multiplicar sua proteção ao dispor da garantia de 250 mil reais por CPF, CNPJ e por conglomerado financeiro.

Ou seja, quando você investe em um único conglomerado financeiro, mesmo que sejam produtos e/ou emissores diferentes – por exemplo, CDB e caderneta de poupança do banco Y, mais a LC da financeira controlada pelo mesmo banco Y – sua garantia total será de 250 mil reais.
Assim, para multiplicar essa garantia do cliente, o mesmo deve procurar outras instituições menores ou médias, que distribuam aplicações financeiras de conglomerados diferentes. Por exemplo, o banco de investimentos X distribui seu próprio CDB, mais a LC de uma financeira independente e a LCI de uma companhia hipotecária. Nesse caso, com uma única conta, a garantia do cliente subiria para 750 mil reais.

Esta multiplicação de garantia, que planejo para meus clientes todos os dias, permite que o investidor consiga taxas de remuneração em renda fixa da ordem de 1% ao mês, líquido de IR, ou ainda maior. Essa diferença no valor da remuneração do dinheiro pode representar ter o IPVA, o seguro do automóvel ou muitas outras contas pagas por esse ganho adicional do suor do trabalho de seu dinheiro.

O FGC já é uma instituição estabelecida e primordial à nossa economia. E já se provou eficiente e ágil ao proporcionar tranquilidade aos investidores. Casos recentes como os dos bancos Santos, Rural, Banorte, BVA, entre outros, comprovam sua eficiência.
Em minha opinião, o FGC garante segurança de aplicações mais rentáveis, funcionando como uma máquina de redundância ao sistema: se o mainframe tiver problemas, acionamos o plano B. Sem dúvida alguma, o FGC é duplamente benéfico: primeiro, por proporcionar ao cliente a possibilidade de diversificação, sem comprometer a segurança nos investimentos. E, em seguida, garantir que as taxas superiores de remuneração possam ser aproveitadas pelo cliente com toda segurança até o limite estabelecido.


*Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest. É também palestrante , autor dos livros  “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz”  além de proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças. Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

terça-feira, 21 de julho de 2015

Inteligente ou sábio? - Por Rogério Nakata


A Grécia com seus 12 milhões de habitantes já foi reconhecida um dos países mais prósperos e com um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo.  Com uma cultura milenar e com importantes pensadores como Aristóteles, Sócrates, Platão dentre outros, possui uma natureza exuberante com mais de 1.400 ilhas e com uma das culinárias mais ricas e saudáveis do planeta atualmente vive, infelizmente, uma verdadeira tragédia grega provocada pela alta dívida pública. Um país que está em risco de não fazer mais parte do maior bloco financeiro europeu conhecido como União Europeia cuja moeda comum a esses 30 países é o Euro que está atualmente em comparação ao real valorizado em mais de 3,5 vezes. 

Para fazer parte da Zona do Euro os países necessitam cumprir uma série de requisitos para participar desse importante bloco econômico sendo que um deles é que os integrantes não devem ultrapassar um déficit de 3% do PIB do país sendo que a Grécia possui um rombo orçamentário de mais de 60% que, por si só, representa o limite estabelecido para os países que compõem a comunidade.

Mas como um país com tanta cultura e sabedoria pode chegar a decretar moratória a seus credores? 

Isso nada mais foi que o resultado de políticas econômicas equivocadas que resultaram num déficit de 320 bilhões de euros (equivalente a mais de R$ 1 trilhão), ou seja, o país gastou bem mais do que arrecadou e tomou mais dinheiro emprestado do que sua capacidade de honrar com seus compromissos financeiros. Nessa conta estão os pesados empréstimos realizados junto ao FMI que cresceram ao longo dos anos desde a crise de 2009, além da baixa arrecadação de impostos, evasão fiscal, corrupção, altos gastos com funcionalismo público, cujo os salários com essa classe praticamente dobraram, somado os altos benefícios pagos aos aposentados precoces. 

Enfim, será que estamos seguindo o mesmo caminho? Poderemos um dia chegar a ser uma Grécia? Na minha opinião precisamos muito mais do que controlar as contas públicas nesse instante é controlar nossas próprias contas e finanças pessoais pois enquanto o governo incentivava há 6 anos atrás o consumo desenfreado da população liberando o crédito fácil e farto à milhares de famílias que se esbaldaram e se lambuzaram durante todo esse período, muitas delas agora estão endividadas e inadimplentes. Em nenhum momento foi ensinado à essas pessoas como os produtos e serviços financeiros funcionavam e diante disso os números demonstram que o índice de comprometimento de dívidas com bancos já ultrapassa mais de 45% segundo dados do Banco Central. E isso pode ser apenas o começo pois, com o crescimento do desemprego, diminuição da renda, alta da inflação e aumento das taxas de juros esses números só tendem a expandir mês após mês.

Dentre os efeitos que a tragédia grega pode trazer para o Brasil estão a diminuição dos investimentos dos europeus nos países emergentes incluindo o nosso, queda nas exportações para a Europa e o aumento do dólar pois, em situações de crise como esta onde há o risco da Grécia deixar a Zona do Euro as portas se abrem para que outros países do bloco sigam o mesmo caminho retornando às suas antigas moedas e colocando em dúvida o futuro do Euro como moeda única, fortalecendo por sua vez moeda americana.

Portanto, nesse momento de crise vale uma reflexão que poderia até ser oriunda do pensamento de um grande filósofo grego que diz que: "Inteligente é aquele que aprende com seus próprios erros e sábio é aquele que aprende com os erros dos outros".  A questão que fica é: Será que estamos sendo sábios e aprendendo de fato com os erros dos outros ou será que nos encontramos atualmente em uma zona de conforto? Isso é apenas mais uma marola ou estamos prestes a presenciar um grande tsunami? Será que em caso de crise financeira pessoal poderei contar com alguma ajuda de algum órgão internacional como o FMI (Fundo Monetário Internacional)?


Então, podemos concluir que para ser próspero nos dias de hoje devemos confiar mais em nossa capacidade de fazer a diferença na nossa vida e de nossa família e menos nas instituições que deveriam, mas, na sua grande maioria, não atendem prontamente as expectativas de seus cidadãos como fazem com o recolhimento eficiente dos pesados impostos a nós impostos.

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br)